Thursday, March 16, 2006

Ombro, armas!

Exército ocupa futebol do Rio; ação envolve 120 homens

Da redação

Depois de tomar conta dos morros cariocas, o Exército agora vai ocupar o futebol do Rio de Janeiro. O endêmico problema já estava sendo avaliado desde as participações dos clubes do estado no ano passado. Porém, segundo o Comando Militar do Leste, a situação se tornou ‘ridícula’ e ‘insustentável’. O estopim foi a derrota do Botafogo para o liliputiano Ipatinga, em jogo válido pela Copa do Brasil. O clube da Estrela Solitária perdeu o jogo por quatro a zero. Como se não bastasse isso, o Fogão está na lanterna do grupo D da Taça Rio.

Além do clube de General Severiano, o Vascão também vem amealhando fiascos desde a Guanabara, e seu desvelo à tentativa quixotesca de fazer Romário chegar aos mil gols está levando o time de Eurico Miranda à bancarrota. A eterna dupla Fla-Flu, por exemplo, bóia no grupo C enquanto vê o inexpressivo Cabofriense se manter cada vez mais líder em sua chave.
"A situação é de emergência e de insegurança", diz um torcedor pó-de-arroz, que não quis se identificar. "Não se pode mais sair na rua", diz outro, este do Flamengo, que explica: "fui solenemente ridicularizado por um grupo da organizada do Madureira, quando me viram com o manto sagrado!", reclama.

O clima chegou ao paroxismo de Estado de Sítio: Nenhum dos considerados grandes clubes está entre os sete times que mais pontuaram na competição. Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco estão nas últimas posições da tabela e só estão à frente da já rebaixada Portuguesa, que ocupa a 12ª colocação. "Se continuar assim no Brasileiro, a Copa Rio 2007 vai ser a segundona", resigna-se um otimista torcedor do Fogão.

Com a intervenção militar, mais de 120 homens das Forças Armadas e da Polícia Militar envolvidos na operação mudam de farda: Cada clube grande do Rio vai ser formado por escretes de caserna. Imbuídos do mais verdadeiro espírito de equipe, moral irreretocável, disciplina e principalmente hierarquia, os soldados irão depor suas armas, ocupando novas trincheiras, fardados de camiseta, calção, meias e chuteiras. Tropas de Brasília (DF) e Goiânia (GO) ainda deverão envolver-se na operação. Com carros de som, as tropas pedem a colaboração dos torcedores na operação.

Com relação aos atletas defenestrados de deus respectivos clubes pela intervenção militar, tais como Romário, Sorato, Zinho e outros, todos serão destinados à uma unidade especial para reciclagem pelo Exército, no 57º Batalhão Escola de Infantaria do Rio de Janeiro, quando finalmente serão fardados em verde-oliva e mandados num cargueiro para uma missão sem volta no Haiti, país caribenho que vive em guerra civil. Conforme o porta-voz do CML (Comando Militar do Leste), coronel José Orlando, a ação será depuradora e trará benefícios tanto aos torcedores quanto aos atletas demissionários: "eles vão gostar da viagem e não vão sentir a mudança de ares. Afinal, o Haiti é aqui".

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