Friday, February 17, 2012

Música & Lugares

Para movimentar o blog, vou iniciar uma série de posts onde uma canção de rock/pop se remete necessariamente a um lugar.

A primeira canção: Waterloo Sunset, do disco Something Else by The Kinks, lançado em Setembro de 1967.



Waterloo Sunset se refere à Waterloo Station, uma das dezoito estações de trem de Londres, Inglaterra, ionaugurada em 1922.

Friday, February 10, 2012

O meu Best-Seller da Semana


A capa

Li um livro, chamado A Ausência Que Seremos, do Hector Abad, que saiu ano passado, pela Companhia das Letras.

O livro é fantástico. Metade história recente da Colômbia, metade autobiografia e metade a biografia do pai dele, médico sanitarista, metade um romance de formação do próprio autor e sua paixão pela sua família.

O Pai do Héctor, de mesmo nome, foi chamado o apóstolo dos Direitos Humanos na Colômbia, com projetos na área da saúde que mudaram a vida da população. Parte da história ele fala como o país foi sanguinariamente dividida, primeiro entre liberais e conservadores, depois pela Guerra Fria.

Por último, quando Deus e todo mundo abandonou parte do povo para que a turma do Narcotráfico tomasse conta de tudo. O Héctor Abad pai era tido como revolucionário e comunista, e foi morto por matadores de aluguel, em 1987. Na verdade, ele queria curar o povo com tratamento epidemológico e rede de esgotos, não com remédios e ele era contra apostura apostólica de como os médicos se postavam como fariseus curandeiros da população, ele dizia que a povo não estava doente, ela tinha fome. É um livro genial, e ao mesmo tempo, fala da relação dele com relação ao pai, que é quase como a Proust com relação à mãe dele.

O perfil do Abad pai é entremeado pela disensão entre o seu lado socialista ateu e a sua família, pai e filho, com a cultura mergulhada nos dogmas e no misticismo cristão, que mais se confundiam com a ´própria cultura e o atavismo familiar de ambos.

Numa entrevista à Folha, o escritor explica a questão: "pai era filho de seu tempo, de sua história. (...) Mesmo que você seja ateu, crescemos nessa cultura que domina e permeia tudo".

Héctor conta que seu pai mudou de atitude quando sua filha morreu com apenas 16 anos. Aquilo mudou a postura dele com relação ao mundo. Ele se tornou quase que suicidamente engajado em sua causa, e a partir dali, se tornou um militante da liberdade, dos Direitos Humanos e da liberdade de opinião tanto na Univsersidade onde trabalhava quanto na sociedade colombiana tacanha e narcotizada pela demagogia política e a violência crudelíssima, até sua escalada, no fim dos anos 80.

Fora isso, fica a doce imagem de um pai que, como exemplo, foi o maior pai do mundo. E mais: antes de ser um avatar, um mártir, uma personalidade, ele era um homem comum, frágil, agregador e amoroso com sua família.

A Ausência que Seremos é um livro lírico e trágico, mas lúcido e exemplar, uma das melhores leituras minhas dos últimos tempos. Comecei a ler anteontem e, depois de algumas páginas, não consegui largá-lo até a última linha, um dia depois.

Saturday, February 04, 2012

Aquela canção do Roberto

Tava ouvindo a Whiter Shade of Pale, do Procol Harum, e me lembrei de uma história, na biografia do Roberto Carlos, Roberto Carlos em Detalhes, que fala que a canção do disco O Inimitável, de autoria do Paulo César Barros e do Getúlio Côrtes, é inspirada nela.

O Carlos André Moreira, da Zero Hora‎ viu meu quiz no Facebook e acertou. Perguntei se alguém sabia qual e a a canção do Roberto que foi inspirada pelo Procol Harum.

E o Carlos André ainda se deu ao trabalho de postar o trecho do livro que fala da história toda. Eis:

"Uma das grandes canções do repertório de Roberto Carlos é O tempo vai apagar, outra faixa do álbum O inimitável, creditada a Getúlio Cortes e Paulo César Barros. "Passei anos ouvindo as pessoas me elogiarem por uma música que não é minha. Essa obra-prima é do Renato, o mérito é dele. Eu não fiz nada nessa composição", afirmou Paulo César ao autor. De fato, O tempo vai apagar é uma composição de Renato Barros em parceria com Getúlio Cortes. E a canção nasceu de uma forma curiosa.

No início de 1968, Renato estava a bordo de seu Impala ouvindo no toca-fita a balada A whiter shade of pale, grande sucesso de Procol Harum. Mas havia um problema em um dos canais do som do carro e ele não ouvia o vocalista da banda, apenas a base instrumental da canção. Mesmo assim, estava tão bonito que Renato continuou iuvindo enquanto dirigia o carro. E logo começava a cantarolar uma nova melodia em cima daquela harmonia da canção de Procol Harum. E assim nasceu O tempo vai apagar, que depois Renato Barros concluiu, com uma letra em parceria com Getúlio Cortes.

Foi Getúlio quem mostrou a canção para Roberto Carlos, numa tarde, no estúdio da CBS. Mas o cantor não demonstrou o menor entusiasmo pela canção, e quando isso acontece ele não grava de jeito nenhum. "Cantei desafinado pra caramba, defendi a música muito mal mesmo", reconhece Getúlio Cortes. Roberto Carlos já ia saindo do estúdio quando Lafayette, normalmente uma pessoa calada, decidiu interceder pela composição. "Roberto, preste mais atenção nessa música, ela é linda, tem um estilo barroco. Olha só." E Lafayette tocou a melodia no órgão, criando bonitos acordes. Diante disso, a coisa mudou de figura e Roberto Carlos se empolgou com O tempo vai apagar. "Pô, Getúlio, essa música é bonita mesmo. Mas como é que eu ia saber? Você cantou mal pra caramba", brincou. Depois a canção ainda ganhou de Lafayette uma bela introdução no seu órgão Hammond, que não deixa dúvida da influência de A whiter shade of pale.",



A canção do Roberto:






A inspiração: