Wednesday, October 31, 2007

Sua majestade, o balaio



Mais uma Feira do Livro surge na Praça da Alfândega, em Porto Alegre. Os seus trovadores tecem loas intermináveis como a mortalha de Penélope sobre o banho de cultura que o evento promove e coisa e tal. Já os seus detratores (são poucos) dizem que ela é como Carnaval na Sapucaí: quem viu uma, viu todas.

Se a edição mais recente – a 53ª – não acrescenta em quase nada o que sempre se viu nas versões anteriores, não se sabe ao certo.

O babado forte que surgiu na imprensa especializada (com o perdão do clichê) é a queda de braço entre livreiros e editoras – fato este que, por sua vez, teria inviabilizado a presença de alguns expositores nesta edição. Para os livreiros, as distribuidoras têm mais poder de barganha, enquanto eles têm somente uma pequena margem de lucro, por serem observados a manter um mínimo de desconto no varejo.

Para eles, o lucro é tão pequeno que não paga a conta de ter um estande na Alfândega. Pior: Ao que parece, como se não bastasse o fato de a Feira se tornar num megaevento suprapromocional que engloba tanta coisa que transcende ao mundo do livro, alguns exegetas profetizam a mutação da feste da literatura porto-alegrense num atacadão de editoras e distribuidoras, perdendo a sua “aura” bucólica, ou seja, o espírito original dos livros de ocasião. em resumo, o evento se tornou algo tão comercial e estandartizado que de feira ficou apenas o nome.

Um sintoma disso: a maioria das bancas, tirando as “temáticas" (infantis, universitárias, religiosas) expõe quase a mesma coisa – os livros da estação. Como se sabe, há um tempo para tudo sob o Sol, como diz o Eclesiastes, e a Feira não deixa por menos. Por aqui, agosto e setembro é tempo de botar os lançamentos no prelo, para desfilarem na Alfândega e subirem ao topo dos mais vendidos – mesmo que seja só por esta época. Até quem não tem o que lançar decide lançar alguma coisa (por que não?), para a sessão de autógrafos, que é o "grande momento".

Muitos dos outrora mais vendidos aqui na província em, alguma Feira do passado podem ser encontrados nos balaios, por menos da metade do preço pelo qual era disputados por leitores há dois, três anos atrás. Muito poucos têm a humilde virtude da perenidade, a ponto de sempre manterem boas vendas a cada ano, com ou sem sessão de autógrafos.

Falando em balaios, que são, a rigor, o pièce de resistance de qualquer Feira do Livro, mesmo defasados pela ausência de sebos notórios de Porto Alegre, como a Noigandres e a Ventura, sobrevivem. Isso a despeito da tentativa de muitas bancas em piorar a qualidade a cada ano. Houve época em que balaio era a alma do evento. Agora, é um Deus nos acuda, um espanta-leitor. É só para gastar aquele R$ 2 que sobrou do troco do lançamento de R$ 28 que você comprou porque leu uma resenha (ou release?) legal nos jornais.

Agora o jeito é se divertir e se refestelar com exemplares puídos do Nossos Clássicos, da AGIR (aqueles que têm todos a mesma capinha cinza) Círculo do Livro, edições famélicas de banca de revista, avulsos da Clássicos Jackson, Coleções Calouro (sempre se despedaçando em páginas soltas, o nosso patrono Antônio Hohlfeldt sabe do que eu estou falando) e Vaga-Lume (dos tempos de quinta série), Almanaque do Pensamento mais a literatua bubblegum: Harold Hobbins, J. M Simmel, Irvin isso, Ernest aquilo, e José de Alencar à mancheia. Não tem balaio que não tenha lá socado um exemplar de “O Tronco de Ipê” ou “Senhora”. Ontem mesmo eu achei “A Ilustre Casa de Ramires”, do Eça (caindo aos pedaços), “ Reinações de Narizinho” (idem), em todos os balaios, tinha um José de Alencar a R$ 3 – alguns a R$ 1, sinal que, de maneira velada, tem livreiro literalmente querendo se livrar dessa carga. E como não podia deixar de ser, achei “ Zélia, uma Paixão”, num balaio do Beco dos Livros. Balaio virou a nata da nata do refugo.

Em outro ofertão, encontrei um best-seller de um incensado jovem escritor, de estirpe televisiva, que há alguns anos lançou um livro de contos. Achei o exemplar a R$ 5. Outro mais vendido das feiras passadas eu achei por R$ 15. Vou esperar chegar a R$ 5, daqui a dois anos, também. Ah, aposto que se o ilustre leitor se apressar, eu aposto meu jogo de panelas do Diário Gaúcho que ainda pega o seu “Zélia Uma Paixão” lá no balaio. Corra!

Thursday, October 25, 2007

Dicas de Saúde com Mano Menezes


Dr. Mano Lucchese


Mano Menezes sabe, Mano Menezes diz. Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa. Portando, apesar da corrida diária do dia-a-dia, não podemos nos esquecer dos detalhes importantes da vida, como o cuidado com o corpo. E a pessoa mais indicada para explicar esses detalhes é o preclaro treinador do Grêmio, dr. Mano Menezes, que é a pessoa que mais entende de saúde na atualidade. A equipe do Pato Macho aproveitou a semana para beber da fonte desse sábio mestre. E com muita disposição e paciência, já que a gente não era da imprensa esportiva, ele nos deu algumas dicas importantes para você, leitor, manter-se em forma.

* Bebe muita água, seis a oito copos por dia. Beba pelo menos um litro e meio por dia.
* Consulte seu clínico ou geriatra antes de iniciar um programa de exercícios.
* Use as escadas.
* Leve o seu cão para passear.
* Varra o pátio.
* Exercite o seu cérebro.
* Conte de cem a zero, regressivamente, em voz alta, na velocidade que conseguir
*Preencha o seu tempo com atividades estimulantes prá você, pescar, por exemplo, é um esporte que pode ser iniciado em qualquer fase da vida.
* Passeie no supermercado. Procure exercitar-se identificando os produtos que já conhece pelo odor ou pela cor.
* No Verão, mude a sua mesa para a varanda ou para o pátio.
* Faça piqueniques.
* Faça unm curso de culinária. Aprenda a cozinhar, se ainda não sabe. Se até o Anonymus sabe, por que você não poderia?
* Faça jardinagem.

Wednesday, October 24, 2007

Zoofilia é coisa nossa


O estado do Rio Grande do Sul é um lugar que tem certas tradições. Uma delas é que os guris do interior têm sua primeira experiência sexual com os animais da fazenda, enquanto que os da cidade acabam "fazendo meia" (para as tradições, fazer meia é ter relações com pessoas do mesmo sexo, com uma oportunidade para cada fazer o papel de ativo ou passivo) com os primos e amigos. Naturalmente, as éguas e as vacas são as mais requisitadas, mas todo animal com buraco é candidato a namorada de piá.

Por isso, PATO MACHO está apresentando uma lista de novos meios de tornar seu animalzinho de estimação na sua namorada. Matéria escrita por H. Romeu Pinto.


Gata de botas - Pegue sua gata e coloque-a de cabeça no cano da bota gaudéria (serve a bota de borracha usada durante a chuva, o coturno do infante ou a bota da mãe sair à noite), colocando as patas dianteiras junto. As pernas traseiras são colocadas para dentro da bota também, para que o bicho não tenha como arranhar seu namorado. Com isso, a bunda da gata fica à inteira disposição para o coito.


Gata com batatas - Pegue quatro batatas pequenas e prenda-as às garras do felino. Se tiver disposição física, coloque uma quinta batata na boca. Depois é só desfrutar, pois o animal não terá como arranhá-lo.


Ovelha ensopada - Uma das mais tradicionais "comilanças" do estado. Nela, o jovem mancebo leva a ovelhinha para beber água no rio. Enquanto o animal se encharca, é só levantar o rabo e partir para a ação.


Ovelha com botas - Coloque as patas traseiras da bichinha dentro das suas botas gaudérias e dê sua cravadinha nela e espere. A bichinha vai ficar ensandecida que tentará retirar as botas sacudindo as pernas. Você, que está já curtindo o coito, terá a sensação que ela está se mexendo como se fosse uma mulher.


Ovelhinha "papai-mamãe" - Escolha uma pequena pedra (pode ser uma cascalho, uma brita ou um pedaço de tijolo) e coloque no chão. Deite sua ovelha de costas sobre a pedra e ataque, no melhor estilo papai-ovelha. O animal vai se sentir incomodado com a presença da pedra sob sua espinha dorsal e começará a se mexer para escapar da pedra. Sua sensação será de uma mulher estimulada pela sua energia e desempenho sexual. Se a pedra sair das costas da ovelha, trate de recolocá-la no lugar.


Pelas nossas experiências, não recomendamos substituir seus parceiros por cadela ou porca, pois elas tendem a se apaixonar e volta e meia estarão a sua volta pedindo mais carinho. Sexo com galinha é bom, mas tende a ser uma experiência única, pois o galináceo não custuma sobreviver à experiência. Égua e vaca são ótimas, mas exigem um lugar distante, com um barranco por perto. Éguas e vacas são boas para fazer sexo oral, mas não são as únicas. Vide a foto.

Monday, October 22, 2007

Bota na conta do Papa!


Vai subir ninguém!


Tropa de Elite virou mania nacional. Pior que isso, a maioria das falas caiu na boca do povo. Não há cristão que nao balbucie uma das pedras-de-toque do Baiano, do Capitão Nascimento, dos intrépidos "aspiras", Matias e Neto, do cômico sargento Fábio ou de outros personagens que compõem a fauna da película. Sem falar que onze entre dez nicks de MSN, "about me" do Orkut e nomes de blogs e flogs têm leitmotives do filme. Para ajudar, o Pato Macho selecionou as melhores frases de Tropa de Elite, para você soltar na balada, no cooper, no ônibus ou diante do espelho.





- Sabe voar, estudante? Agora vai aprender!


- Exército de Israel é fichinha.

- Tira a calça dele, traz a vassoura!

- Na cara não, pra não estragar o velório (antes de levar o tiro na cara).

- Eu sei que o Papa não tem culpa dos meus problemas, mas ele já tinha vindo ao Rio de Janeiro duas vezes, não dava para saber como a banda toca por aqui, é claro que politico nenhum quer ver o Papa baleado, se o papa quer ficar perto de uma favela o que você acha que o Governador vai fazer? Vai correr o risco de uma bala perdida acertar a cabeça da sua santidade? É claro que não!Vai ligar para o Bope!



- Olha que filha da puta...
- Quem, o traficante?
- Não, esse viado desse PM que fica vendendo arma.



- Dez, o senhor é o novo xerife.
- Desisto senhor!


- Quando eu vejo passeata pela paz, a vontade que dá é de descer a porrada em todo mundo.

- Pra mim, estratégia só funciona se a missão tiver sentido...

- O papo é reto comigo playboy!!!

- Você não abre a boca pra falar do meu trabalho nessa casa! QUEM MANDA AQUI SOU EU! Entendeu? QUEM MANDA NESSA PORRA AQUI SOU EU!


- Essa pica não é mais minha! Essa pica é do aspira!

- Missão dada é missão cumprida.

- Tô falando, vai dar merda isso, Carvalho.


- Tá com nojinho, Zero Dois?


- Quando farda preta sobe o morro, é para matar.

- Se o Fábio ficasse no Batalhão, o Coronel ia matar ele? Coitado, o cara não sabia que perto de mim o Coronel era uma moça!


- Vê se não estoura o tímpano do cara de novo.
- Sabe que que é comandante, é que foi sem querer.

- Tá sem bandoleira, amigo?
- Sim senhor!
- Numa altura dessa do campeonato o senhor tá sem bandolera, Vinte e Três? Então que dizer que se um amigo seu cai no chão baleado você vai fazer o quê? vai jogar a arma no chão?
- Não senhor.
- Vai enfiar no c*?
- Não senhor.
- Então bota a porra da bandolera. Porra! Vinte anos de anos de curso, porra!



- Estes são os soldados Tião e Paulo.
- À vontade!
- Senhor também pode ficar a vontade tem café, pão e mortadela...


- Eu quero saber o que significam esses quatro corpos encontrados aqui no Tabajara.
- A culpa não é minha, eu fiz tudo direitinho do jeito que o senhor pediu mas...Mande só aqueles filha da puta, coronel! Pego os corpos, e jogo lá Eles jogam aqui, eu jogo lá! Ele jogam aqui, é a guerra da carne!


- Esse Santana vai precisar de um carburador novo... Mas Santana não é carburador, é injeção eletrônica! Não é injeção não, é carburador! Santana é injeção eletrônica, tenho certeza! Então vem ver aqui, tenho certeza que isso aqui é um carburador! Pera aí, isso aqui é motor de belina! Venderam o motor do Santana e colocaram de Belina!


- Capitão, eu tô com um propblema aqui..
-E eu tô com pressa!



- Vou mandar colocar platina no seu nariz, tu tá a cheirando pra caralh*!


- Fatiô... Passô... Boooa Zero Meia... padrão! Também atirando com meu fuzil fica fácil, né...


- É nóis Baiano!
- Cê fecha com quem playboy? Fecha com quem?
- É nóis Baiano, é nóis!



- ONG de c*u é rola!


- Apresenta o saco para ele!!
- Me dá esse cabo de vassoura ai!
- Eu vou enfiar essa p*rra no seu c*.
- Tá bom doutor.. eu falo.. eu falo..


- Se tem uma coisa que rico com consciência social não entende, é que guerra é guerra.


Tatuador: Tem uma índia linda aqui oh, dá uma olhada!!
Neto: Que índia o caralho, é faca na caveira!
Tatuador: tá bom, irmão!!



- Na minha mão os corruptos se f*dem primeiro


- Quanto tempo vocês precisam para comer, xerife?
- Dez minutos é o suficiente, senhor.
- Dez minutos? O senhor. é um fanfarrão, xerife, um fanfarrão! Os senhores tem dez segundos. DEZ SEGUNDOS!


- Na polícia você três opções: ou voce se corrompe, se omite ou vai pra guerra!

- Vocês estão muito mal influenciado por jornalzinho e revista!


- Quantas crianças precisamos perder pro tráfico, só pro playboyzinho enrolar um baseado?


- No Bope tem guerreiros que matam guerrilheiros; - com a faca entre os dentes esfolam eles inteiros; - mata, esfola usando sempre o seu fuzil! No Bope tem guerreiros que acreditam no Brasil! Homem de preto, qual é sua missão? Entrar pela favela e deixar corpos no chão! Homem de preto o que que você faz? Eu faço coisas que assustam o satanás!


- O conceito de estratégia...
- Capitão, o zero cinco dormiu.
- Senhor cinco...tenha a bondade. Se o senhor vai segurar essa granada aqui. Se o senhor deixar essa ganada cair, todo o pelotão vai explodir, o senhor vai se explodir, vai explodir o meu pessoal e o senhor vai me explodir também, cinco. O senhor vai dormir agora, cinco?
- Não senhor.
- Vou retomar. O conceito de estratégia...


- Vamo prá onde, capitão?
- Vamo pra puta que pariu, segue o teu caminho!


- Sabe porque você é o 01?!Porque você vai ser o primeiro a sair!


- O Papa já veio duas vezes ao Brasil, sabe da nossa situação e da violência que ocorre aqui. Porque não põe ele no Copacana Pallace?! Ai, fazem merda e chamam o BOPE!


- Quando policial morre ninguém faz passeata, só pra esses burguesinhos.


- É cem por cento, catorze?
- Caveira, meu capitão.
- Então senta o dedo nessa porra!


- Quer moleza? Mastiga água de cabeça pra baixo!


- Me traz aí a sementinha do mal, aqui (referindo-se fogueteiro) Me traz aí a sementinha do mal, aqui!


- Quem matô esse cara aqui?
- Foi um de vocês...
- Foi um de vocês o caralh*... Foi um de vocês é o caralh*... Foi você que matou ele, você que financia essa merda aqui...


- Onde você arrumou esse tênis?
- Eu ganhei.
- Ganhou não, perdeu.


- Tira essa roupa preta! Você não á caveira, você é moleque...MOLEQUE!


- É o equilibrio instável abalado pela menor das brisas e naquela noite ventou forte no Babilônia.



- Bota na conta do Papa!


- Corpo na praia é afogamento!
- Mas tinha perfuração de bala, senhor!
- Porra, aspira não fode! você é legista?




- Os senhores estão feridos?
- Não, senhor!
- Os senhores estão baleados?
- Não senhor.
- Então, agora vocês vão aprender a carregar corpos.

Friday, October 19, 2007

Mais do mesmo







Achei outra lista de capas de discos horríveis, mas com mais músicos desconhecidos. Existe capas para todos os (maus) gostos. Eu ia colocar aqui a capa do NOFX, mas preferi escolher outra (dos Beatles, para o Marcelo ficar com raiva), pois vou usar esta capa para fazer uma matéria especialíssima sobre zoofilia, uma especialidade gaúcha.



Tuesday, October 16, 2007

As 50 piores capas de discos


Esta deveria ser uma matéria do nosso crítico musical Marcelo Xavier, mas ele devia estar ocupado com alguma compilação dos Beatles. Pois o site Gigwise elegeu as 50 piores capas de LPs do mundo. Claro que não tinha nenhum disco brasileiro, porque corríamos o risco de ter todas as 50 posições. Esse aí em cima da desconhecida Millie Jackson (deve ser tia do Michael) chama mais a atenção. Ao clicar a imagem você salta para o site Terra, que tem todas as 50 capas. Nelas se encontra uma dos Rolling Stones, uma do John Lennon, duas dos Beatles (deve ser por isso que o Marcelo não fez o comentário antes de mim), Queen e outras bandas famosas. Só não entendo por que há duas capas do Prince?

Monday, October 15, 2007

Pela Estrada Afora


Jack Kerouac


“Em julho de 1947, tendo economizado uns cinqüenta dólares da minha velha pensão de veterano, eu estava pronto para ir à Costa Oeste”. Assim começa a louca viagem de Jack Kerouac no romance lapidar On The Road, a sua obra-prima que, este ano, completa cinqüenta anos de seu lançamento. Com o passar dos anos, se transformaria na glória e na danação de seu autor, que ao mesmo tempo em que via o livro se tornar na “bíblia da geração Beat”, se tornava numa sombra que quase eclipsou o resto de sua obra. Na história, Kerouac é Sal Paradise, um sujeito que havia passado por uma desgastante separação e que, por sua roda de amigos em Nova Iorque, travou conhecimento por um ex-delinqüente juvenil de Denver, Colorado, Dean Moriarty (na vida real, Neal Cassady), responsável pela mudança na vida do pálido e wertheriano Sal, que decidiu largar a sua vida blasé no Leste e desbravar o seu país pelas “estradas reais”, como se fossem vaqueiros urbanos modernos, porém montados em velhos chevrolets, a fim de descobrir a “verdadeira América”.

“Loucos para serem salvos” - Pense naquele seu amigo mais biruta e frenético, que gosta de boa música, festa e muita bebida (qualquer uma), se dá relativamente bem com as mulheres (mais de uma, de preferência), nunca tem dinheiro mas sempre descola um trago na madrugada, vive de bico, ri pelos cotovelos e apesar de ser o mais honesto cafajeste do mundo, tem a simpatia de todo mundo. Esse é Dean Moriarty. Para Kerouac, “ele era apenas um garotão tremendamente apaixonado pela vida e, mesmo sendo um vigarista, só trapaceava porque tinha uma vontade enorme de viver e se envolver com pessoas que, de outra forma, não lhe dariam a mínima atenção”.

No livro, Dean ( o “ santo vagabundo de mente reluzente”, como o protagonista o chamava) olhava Sal escrevendo à máquina, e dizia: “ Uau, cara! Tanta coisa para fazer, tanta coisa prá escrever!”. Moriarty queria alugar Paradise para que este o ensinasse o ofício da escrita; já Sal, como diz no livro, queria passar a vida sendo arrastado por pessoas que lhe ineressassem. Como Kerouac confidencia no conhecido trecho da obra: “para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca boceja e jamais falam chavões, mas queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício”.

Mesmo narrando suas inúmeras viagens leste-oeste pelas paragens americanas ou pelo México, Kerouac transforma Dean no personagem principal, o motivo condutor de toda a história e se transforma no evangelista do seu amigo maluco, um quixotesco messias. Jack percebe que, a despeito do seu sombrio pasado, Moriarty é um cara sensível, intuitivo e inteligente, e que serviria para ser o seu melhor personagem. Cassady/Moriarty foi quem provocou a sede mochileira de Sal e ele é o melhor pesudo-coadjuvante de todos os tempos. “ Todos os meus amigos estavam numa viagem baixo-astral, naquele pesadelo negativista de combater o sistema (...) enquanto Dean mergulhava nessa mesma sociedade, faminto de pão e amor, ele estava pouco se lixando de tudo isso”. Sem perceber, para Kerouac esse era o chamado. Era uma extrema lição de vida de um sujeito simplório e lúcido.

Três Semanas - No programa de Steve Allen, em 1957, Kerouac revelou que havia escrito On The Road em três semanas, depois de passar sete anos na estrada. De brincadeira, Allen replicou (o vídeo, antológico, pode ser conferido no You Tube) que, se passasse três semanas na estrada, levaria sete anos para escrever o livro.

Do que se pode depreeender, Jack queria reafirmar a sua tese de “ prosa espontânea”. Assim como havia escrito Os Subterrâneos “em três noites”, ele queria demonstrar que a sua técnica era quase como parar um texto em fluxo de consciência, isto é, como um enorme solo de sax, um improviso sob a violenta noite sombria, movido à benzedrina & outros estimulantes legais ou ilegais. Consta que o original de On The Road era tão experimental que foi recusado por diversas editoras. Esta recusa certamente passa pela revolução que o autor tentou empreender em transformar o livro num cavalo de batalha contra o academismo e a monotonia da literatura em favor de uma escrita livre, torrencial e intensa.

Assim nasceu, através do próprio Kerouac, a lenda que ele escreveu a história em três semanas, num rolo de telex. O texto final pode ter sido concebido desta forma, mas o certo é que muitas das magistrais descrições do ambiente norte-americano e de detalhes que passam por um perfeccionismo que foge ao perfil do escritor “ espontâneo”.

Jack também fazia anotações de tudo e de todos em cadernos de ele surrupiava quando trabalhava em pátios de manobras de estações de ferro. Tudo aquilo foi documentado no livro Diários de Kerouac, publicado em 2006. E, desde a conclusão do esboço, em 1951 até a sua publicação, em setembro de 1957, ele o reescreveu inúmeras vezes. O que parecia um parto espontâneo na verdade esconde uma obra-prima gravada com lavor de joalheiro. Porém, On The Road não é hermético; muito pelo contrário, a narrativa, cerebral e amplamente documental, traduz uma jovialidade contagiante e uma inefável objetividade jornalística cuja linguagem remonta à clássicos como Huckleberry Finn (Mark Twain) ou O Chamado Selvagem (Jack London).

Além disso, o livro é entremeado de cenas inesquecíveis – muitas hilárias - como a carona num caminhão de dinamite, outra, de pau de ararar com um bando de vagabundos, repartindo uma garrafa de vinho, ou quando Sal, empregado de vigilante, hasteia a bandeira americana dstraidamente de cabeça para baixo antes de dormir, Old Bull Lee (William Burroughs) se injetando de heroína e fazendo terapia de orgone (criada por Willihm Reich) num caixão, sem falar do diálogo em fluxo de consciência quando ele está prestes a morrer de fome e solidão em San Francisco. Sem falar das pedras de toque, onde o leitor tropeça a cada página, tais como “Não se pode ensinar novas melodias a um velho maestro”, ou “ Essa é a história da América, cada um faz o que pensa que deve fazer”.

Assim como preconizava, Kerouac viviu célere e breve como um fogo de artifício. Morreu triste e esquecido, em 1969, depois de transformar a sua vida em literatura. Como disse alguém, ele escreveu como um príncipe de sua época: feito ninguém fizera antes.

Friday, October 12, 2007

Pequena Serenata Diurna

Eis que, no meio de tanta gente, avista um rosto familiar: uma ex-colega, linda, loira e esbelta como uma Ursula Andress. Aliás, ela era quase a própria Ursula Andress

Acordou atrasado. Vivia sempre atrasado. A sua vida era atrasada, mas sempre atrás dos ponteiros do relógio, com seus ponteiros como agulhas a costurar a mortalha inexpugnável do tempo. Meu Deus! Sete e vinte! Já era para eu estar na rua a uma hora destas! Pulou da cama como se fugisse da ira divina. Passou pente em seu cabelo indomável. Desceu as escadas, até a cozinha. Nada na geladeira, apenas o inefável e amigo bule de café frio que teve que tomar - mais por uma questão de sobrevivência. Ou isto ou comprometer o raciocínio - ainda mais devido ao porre da noite anterior.

Não, não. Não esqueceu a chave, mas o lapso de pensamento quase o fez rolar as escadas. Ato reflexo, pega a mochila e na outra cena, já está descendo a rua, em direção à parada. Sete e trinta e cinco. O professor não vai ser tolerante desta vez - ainda mais porque, neste semestre, o diretor deu ordem expressa de que não há mais tolerância para atrasos. Esqueci o caderno! Mas que droga! Droga! Agora não dá mais para voltar. Droga, droga, droga, mil vezes droga! Enquanto ruminava estes pensamentos, São Pedro já faz cair uma bruta tempestade. Nosso herói se resigna e aperta o passo.

Dribla as lufadas de vento, até avistar a parada. Antes que atravessasse a via, um circular lhe entornou toda a lama da rua em sua calça. Nosso herói ri: dos males, o menor. Na verdade, ri para não chorar. Uma insuspeita ressaca lhe lateja a cabeça, como um flashback ao engrossar a massa de sangue com a correria em direção à parada. Transtornado e pensando em sua cama quentinha e em por que ele resolveu misturar duas marcas de cerveja mesmo sabendo que aquilo sempre lhe dá seqüelas (droga!), corre para o abrigo, tentando calcular que horas já deviam ser. Pergunta a uma senhora de capa amarela e maquiagem borrada.

- São sete e quarenta e dois - responde a mulher, sem tirar o olho dos ônibus que passavam.

Num calafrio, tenta secar o cabelo, em vão. Passam os carros, nenhuma linha é a que o levaria ao colégio. Suspira. A chuva aumenta. Boceja. Se esqueceu de tapar a boca com a mão. Uma velhinha o reprova, com boquinha de nojo. Passa outro ônibus. Não é o dele. Suspira de novo. Começa a ter cacoetes. Fica com raiva do cacoete. Resolve olhar para a direção contrária, escorrendo a vista sobre os rostos silenciosos da parada. Eis que, no meio de tanta gente, avista um rosto muito familiar: era uma ex-colega do ano anterior, linda e esbelta como uma Ursula Andress. Aliás, ela era quase a própria Ursula Andress. Bom, nem tanto, mas lembrava vagamente a Ursula Andress.

Aí ele se lembrou de que não havia esquecido ela desde a última vez em que a viu (na verdade, desde a primeira vez que a viu), mas desde que saiu de casa até aquele momento, a única coisa que passava pela cabeça de nosso herói era a prova de matemática. Sim, a prova de matemática. Ele havia tirado dois zeros em apenas um bimestre, a professora era simpática, entendia a sua dificuldade com os números e ele até tentava se aplicar, mas quanto mais estudava, mais zeros à esquerda em seu boletim. Porém, depois de tê-la encontrado naquela chuvosa situação, ele não conseguiria nem sequer se lembrar se quatorze era número primo (quatorze é ou não é um número primo?).

Sete e quarenta e sete. A parada cheia de gente, os ônibus escasseavam, talvez presos em alguma garagem, por causa da chuva, que já fazia aparecer ao longe os primeiros botes de salva-vidas pela avenida. O zelador do prédio em frente tinha homéricos chiliques com a água. Agitava o rodo com as mãos: "não agüento mais chuva! Não agüento mais chuva!". Um senhor de capa amarela, ao lado, secava a careca com o jornal. Suspirou, como que vencido: "eu também não agüento mais chuva!". Eis que, não mais que de repente, um ônibus aparece ao longe! Todos esticam a vista para enxergar o prefixo. "É o 53!", berrou a velhinha. Outro pé-rapado bradou, do fundo: "Viva!".

Todos se abraçavam, emocionados. Só faltavam fazer a "ola". Quando o carro chegou, foi uma correria instantânea para tudo quanto é poste, para escapar do banho dos pára-lamas. Entrementes, nosso herói lambia com a vista a paisagem de capas e guarda-chuvas que formava fila para entrar no Ipiranga-PUC, procurando a sósia da Ursula Andress. Abaixo de piparotes, entrou na fila bem atrás da jovem! Era uma questão de instantes.

De repente, ele foi tomado de uma determinação quase espartana. E partiu para a marcação cerrada, como um center-half argentino. A fila ia entrando. Na ponta dos pés, para não pisar em ninguém, lá está ele. A menina com os olhos de Vênus pára na roleta. Procura a carteirinha de vale-transporte. Vira e mexe, e nada de carterinha. Nisso, o nosso galã da linha 53, Ipiranga-PUC alça a fronte, impávido e confiante como o Duque de Mântua:

- Olá, bom dia, deixa que EU pago.

Ele pagou a passagem dela, enquanto a Ursula Andress passava pelo cobrador. Ela agradeceu, tímida e fixando o olhar no rapaz, antes de passar corredor adentro. As pessoas passavam, passavam, passavam pela roleta. Ele tentava achar nos bolsos o troco do dia anterior. A chuva fazia desenhos frios nas janelas, não se enxergava patavina lá fora. Já em pânico, vê sua dulcinéia procurando lugar no fim do ônibus. Olha para ela, olha para os bolsos. Um centavo, outro centavo. O carro lotava, lá atrás. Ia enchendo, ia enchendo; o rapaz já tinha deixado um time de futebol passar na sua frente, e nada de achar o dinheiro! Tudo acontecia numa progressão fulminante. Outros entravam. E ele já não enxergava mais a sua amada, perdida em alguma janela do fim do ônibus.

- Passagem!

Então se lembrou que havia se esquecido: só tinha o rico dinheirinho contado para a SUA miserável passagem. Aquela malvada desgracida da Ursula já estava perdida entre os passageiros que iam entrando, e estava de graça com um sujeito, lá na frente. O rapaz, é claro, teve um branco enorme. Caiu das nuvens. E o carro ia arrancar. O cobrador insistiu, seco:

- E aí, guri? Te liga. Acorda! O ônibus vai arrancar, pô. Vai pagar ou não?

Entre confuso e constrangido, nosso herói não teve escolha:

- Quem, eu? E-eu desço aqui...

Responda, rápido!

Em quê a senadora Ideli Salvati estava pensando enquanto analisava objetivamente o ensaio da adorável jornalista e dublê de playmate, Mônica Veloso?



a) Mas haja photoshop, henhô, Batista?

b) Putz, a Playboy está piorando a cada ensaio...cadê a berenice dela?

c) Meu Deus, essa mulherzinha não tem bunda! É uma tábua de passar!!

d) O ensaio da Ana Paula tava bem melhor!

e) Hum, isso me lembrou de comprar gilete no super para raspar o sovaco.


f) Mas que maravilha que é a inclusão digital, não é, minha gente?

Wednesday, October 10, 2007

Tinga vai para Hollywood

H. Romeu Pinto - enviado especial a Los Angeles

A meca do cinema mundial volta e meia resolve fazer filmes de séries televisivas antigas, para reforçar o caixa dos grandes estúdios. Desta vez não é diferente. Segundo o site Omelete, a Universal Pictures deu o sinal verde para a produção da comédia Land of the Lost, adaptação para os cinemas da série O Elo Perdido que terá Will Ferrell como protagonista. Ferrell já estava vinculado ao projeto desde 2005. Um dos ajustes que a Universal pediu para autorizar a produção foi diminuir o orçamento de 125 milhões para 100 milhões de dólares - ainda assim, uma ótima verba, que caberá ao diretor Brad Silberling (Desventuras em Série) colocar na tela. A história acompanha um fracassado paleontólogo, seu assistente e um guia de turismo machão transportados até a Era dos Dinossauros. Transmitida brevemente de 1974 a 1977 nos Estados Unidos, a série marcou época por colocar uma tradicional família dos EUA na pré-histórica situação (por que diabos o filme não vai aproveitar essa premissa?). As filmagens começam em março.
O craque gaúcho Tinga assinou contrato com o estúdio americano para viver o papel de Tchaka. Dizem que nem vai precisar de maquiagem.





Tuesday, October 09, 2007

Joga Cocito!


Que joga bonito, o quê?

Como a gente sabe que futebol não é esporte de fresco, e que futebol-arte é coisa de gente de voz fina, essa coisa de homenagear atleta bonzinho é pura perda de tempo, e não leva a nada. Pois sendo assim, segurem-se: vem aí o impagável Joga Cocito - O Novo Reality Destruction Show concebido pela comunidade Futebol Alternativo no Orkut e que já ganhou a Internet.

Visando resgatar esse tipo de jogador que parece em extinção graças à proliferação de tipos Muito Habilidosos Tipo Joga Bonito e Sei lá quem + 10, estamos aqui, dando o Pontapé Inicial (e acredite, serão muitos) nesse Game onde o protagonista vai ser a cotovelada, o carrinho, a banda, a cama de gato, o dedo no olho, a areia nas ventas,o encontrão, a pisada entre outros, e é claro, o futebol, que é a razão de tudo isso.

Que comece o combate! Ou melhor, A votação para o maior facínora em chuteiras do Brasileirão 2007! Lembrando sempre que o campeão vai Levar o Troféu Canelada de Ouro, além de papel de figurante num filme de artes marciais. O vice vai ganhar a medalha De Rossi, por serviços prestados (?) ao valoroso esporte bretão. O futebol apresentado é rigorosamente liliputiano, mas candidatos já são muitos. Faltando apenas oito rodadas, os principais representantes do "fair play" de gente grande são:

Jogadores que fazem mais faltas
1-Edinho (Int) 24 J 78 Faltas
2-Charles(Cru) 22 J 76 Faltas
3-Pierre (Pa) 24 J 76 Faltas
4-Bilu (Amg) 23 J 73 Faltas
5-Andre Santos (Fig) 24 J 72 Faltas

Jogadores com mais Amarelos
1-Radames (Nau) 16 J 10 Amarelos
2-Jan Carlos (Apr) 17 J 10 Amarelos
3-Valdivia (Pal) 17 J 10 Amarelos
4-Toninho (Nau) 20 J 10 Amarelos
5-Juninho (Bot) 22 J 10 Amarelos

Jogadores com mais vermelhos
1-Acosta (Nau) 23 J 3 Vermelhos
2-Adailton(San) 23 J 3 Vermelhos
3-Souza (Fla) 12 J 2 Vermelhos
4-Berg (Ame) 13 J 2 Vermelhos
5-Ruy (Fig) 17 J 2 Vermelhos

Edinho firma na liderança do mais faltoso. Mas e agora, quem poderá-detê-lo e suplantar a sua vigorosa marca alcançada? Portanto, não percam os próximos capítulos de JOGA COCITO!

Sunday, October 07, 2007

A verdade por trás do Pato Macho

Eu sempre quis buscar a origem do Pato Macho, mas nunca o fiz. Sempre soube que era um jornal criado nos anos 70 e que teve Luis Fernando Verissimo, Ruy Carlos Ostermann e Tatata Pimentel como integrantes. Achei na Internet algumas notas e resolvi colocá-las aqui para esclarecer.



Em 1971, a casa de Luis Fernando Verissimo se transformou em sede de um jornal de nome e linha editorial não convencionais: “Pato Macho”. Lançado em 14 de abril, o semanário de formato standard tinha em suas páginas desenhos do pato-mascote e, no seu “conselho de redação”, Verissimo e amigos como Claudio Ferlauto e Coi Lopes de Almeida. Na cabeça destes “conselheiros”, estava a idéia de se fazer um jornal independente, crítico diante da situação política do país e que, através de textos e muitos cartuns, proporcionasse diversão para os leitores e os próprios redatores. Por causa das dificuldades econômicas inerentes a um jornal alternativo, o projeto naufragou menos de um ano depois de ser lançado, mas ainda hoje pode fazer rir e pensar quem veja os cartuns que publicava. Entre eles, vários de Verissimo.Tem uma entrevista com o Rogério Mendelski que falou sobre o assunto:

P - E o jornal Pato Macho ?
Rogério -
É de 1971, é do tempo em estava na sucursal do jornal o Estado de São Paulo. Nosso grupo era o José Antônio Pinheiro Machado, agora (em 2004) ele é o Anonymous Gourmet, o Luis Fernando Verissimo, o Ruy Carlos Ostermann. Nós fazíamos o jornal na casa do Luis Fernando Verissimo, mais exatamente na garagem dele. Era um grupo muito interessante. Eu tenho todos os exemplares em casa. Era uma época muito interessante, de censura muito forte.

P - E tu tens alguma história meio inusitada dessa época de Pato Macho?
Rogério -
Ah, tem várias. Mas na última edição, por exemplo, eu fiz uma reportagem sobre onde existia prostituição de primeiro nível em Porto Alegre. Onde as mulheres capturavam homens ricos. A matéria foi toda censurada. A Polícia Federal tinha uma censura prévia, nós tínhamos que levar o jornal até lá. Nesta edição, toda a página foi arrancada. Colocaram um anuncio no lugar. Eu tenho essa edição lá em casa. Eles achavam que aquela matéria não podia sair, era uma bobagem. A reportagem mostrava onde é que havia pontos de prostituição em Porto Alegre. Hoje em dia seria uma matéria de serviços. Havia um censor lá. Depois esse censor virou juiz de direito. Ele mandava o pessoal da Policia Federal, entravam lá com bilhetinhos dizendo: “Não pode sair isso, não pode sair aquilo”, nós éramos obrigados a dar aquilo que eles queriam. Até que um dia o dr. Breno Caldas se cansou e disse: “Ah, eu vou publicar isso daí. Vcs vão encher o saco de outro”. Foi aí que apreenderam o Correio do Povo e a Folha da Manhã na boca da máquina, numa madrugada muito emocionante para todos nós que fizemos a matéria. Era uma reportagem que tinha saído na Voz do Brasil. A Voz do Brasil tinha o espaço do Senado e da Câmara. Era uma denúncia de que havia censura. Um senador havia falado e tinha saído isso na Voz do Brasil. Acabou vindo um material, um release do Congresso Nacional, e o Correio do Povo publicou. A PF disse que não era para publicar. O dr. Breno recebeu o aviso. Mesmo assim ele disse: “ah, eu vou publicar, estou de saco cheio dessa censura de vocês”. E acabou publicando. Nós da Folha da Manhã publicamos também. Mas, na hora de rodar o jornal, nas oficinas, ali no próprio prédio da Caldas Junior, havia uns caminhões. A policia apreendeu os jornais, toda a edição do Correio e da Folha. Ainda queriam usar os caminhões da distribuição do jornal para levar os jornais para a sede da Policia Federal.Foi quando o dr Breno disse: “não, vocês levam. O jornal tá aqui, vocês apreenderam, vocês levam o jornal”. Eles foram ao cais do porto e requisitaram umas caçambas. Colocaram todos os milhares de exemplares da Folha da Manhã e do Correio do Povo e levaram para a sede do órgão na av. Paraná. A Folha da Tarde saiu depois, sem a publicação da matéria, senão iam apreender a Folha também. A FT publicou só uma notícia discreta de que os jornais tinham sido apreendidos.

P - E isso era que ano, para relembrarmos?
Rogério -
Isso era 1974/1975.



Thursday, October 04, 2007

Vudu no Palacinho

Em alguma sala do porão do Palacinho, em Porto Alegre, o vice-governador Paulo Feijó tem uma reunião secreta com uma pessoa desconhecida.
"Tem que espetar alfinetes para ela sentir dor", sugere o desconhecido.
"Eu quero que ela morra!", grita o vice.
"Mas não precisa. Se ela tiver um mal-súbito, tu assumes por um tempo", diz o outro.
"Eu quero é ser o governador. Eu quero vender o Banrisul, a CEEE, a CRM, a Corsan e todas as estatais que ainda temos", afirma Feijó.
Horas antes, no Gabinete da Governadora, no Palácio Piratini, Yeda Crusius conversa com Luiz Fernando Záquia.
"Precisamos aumentar os impostos para poder pagar os servidores. O que podemos fazer de diferente, Záquia?".
"Olha, governadora, nós vamos acabar repetindo o que os outros governos fizeram. Aumentar para 18% o ICMS e passar os outros para 30%, que nem fez o Germano", disse o colorado.
"Mas eu tenho que fazer melhor. Eu sou a primeira mulher no governo e tenho que entrar para a história como uma boa governante e não como a primeira mulher no governo. Vamos pensar, vamos discutir, temos que achar uma solução. Me chama o Aod aí", determinou Yeda.
Num canto da sala, o marido de Yeda tenta falar. "Bem, eu tenho uma sugestão".
"CALA A BOCA, IMBECIL! Eu não preciso das tuas sugestõezinhas. A última que tu me deste eu acabei ministra. Tu só abre a boca para dizer besteira. Vê se me esquece!", espinafrou a governadora.
De volta ao Palacinho, o desconhecido sugere: "Quem sabe tu corta a língua da jararaca?"
"Pode ser, mas quero que ela sufoque com o sangue. Vou fazer isso mais tarde, quando ela tiver dormindo. Quem sabe ela morra afogada", completou Feijó.
"Bem, faz com jeito para eu não parecer suspeito. Afinal, sou eu quem dorme com ela", disse o desconhecido.

Tuesday, October 02, 2007

Quando o ditado não precisa ser dito


E o Obino tinha razão!

INTERNET Terça-feira, 02 de Outubro de 2007 09:13
Site do Grêmio é o melhor entre os times de futebol
O site de Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense foi eleito o melhor entre os times da primeira divisão do futebol brasileiro pela revista Monet, da Editora Globo. A publicação destacou a página tricolor no que diz respeito a conteúdo, design, atualização e navegabilidade. Para chegar a essa conclusão, a equipe do veículo passou três semanas navegando pelos sites dos principais times do país e dando nota de 1 a 10 nos respectivos critérios. A Grêmio.Net ficou com média 9,125. A página já havia conquistado, por vários anos seguintes, o prêmio iBest de Melhor Site do Estado.

Deu no site da Coletiva.net. Agora só falta a Quatro Rodas fazer testes-drive com os ônibus dos clubes de futebol e o Trovão Azul ser eleito o melhor do Brasil.

Monday, October 01, 2007

Nem chuva pára a Fórmula 1



Foto do Grande Prêmio do Japão durante as voltas que tinha o Pacecar na pista. Raikkonen ainda está atrás dos líderes, mas Massa parou nos boxes para trocar os pneus.

Piada pronta

Governador do DF "demite" gerúndio

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, "demitiu", em decreto publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial do Distrito Federal, "o gerúndio de todos os órgãos do Governo Federal".

O gerúndio é uma forma nominal do verbo, invariável, terminada em "ndo", normalmente usada para expressar sentido de continuidade, por exemplo, estamos "providenciando".

De acordo com o decreto de Arruda, o uso do "gerúndio para desculpa de ineficiência" está proibido a partir desta segunda nos órgãos do governo.

Redação Terra