Thursday, September 29, 2005

Está no Dicionário Houaiss

Esta eu descobri por acaso:

ALONSO. adj., s. m. 1. parvo, tolo, pateta. 2. Que ou aquele que age ou atua muito devagar, sem pressa.

Imagina então se o espanhol da Fórmula 1 fosse esperto e agisse com pressa! Enquanto isso, o sapateiro alemão tem desfilado bem atrás, com cuidado pra não quebrar o salto alto!

Wednesday, September 28, 2005

Telefonema

- O golpe é Botafogo e São Paulo!
- Aposto meus carros e a minha mãe no Fogão!
- Porra! Só na base do mexe.
- Eu quero zebra. Todo mundo vai botar coluna 2!
- Vou amarelar todo o ataque. Não tem prá ninguém! Se não der, eu expulso o frangueiro do Ceni e até o Guilherme Muro faz gol!
- Porra, cara, tô decepcionado contigo. Achei que tu fosse ser meu amigo e perjudicar (sic) o Mengão...
- O Flamengo eu gasto o dinheiro na véspera. Na véspera! Cai, com certeza!
- É o seguinte: tô achando que tu tá amarelando na horas de fazer cartão.
- Que nada! Eu não posso escancarar. Sou profissional!
- Aqui, ó: Vasco e Palmeiras. Precisa mexer?
- Que garantia eu tenho? O Vascão é tão ruim que o Portaluppi fardado entra e joga!
- Não seja pessimista.
- Pessimista? E aquele Santos e Paysandu que tu me prometeu?
- É zebra na certa!
- Pô, cara, eu tô levando fé em ti, e tu vem com brincadeira?
- Imagina, velhinho, eu também tô nessa, fui dar uma de corporativista, e me ferrei! Eu já não confio nem em mim mesmo!
- Então me ajuda, porra! Tô vendendo a minha alma nessa porcaria bem feia. Cruzeiro e Juventude?
- Cara, a papada, com o Lazzaroni não dobra a esquina da Matteo Gianella. Raposa, certo! Tô fazendo vibrações positivas.
- Goiás e Ponte?
- Precisa dizer? Goiás. Ponte na descendente.
- Paraná e Coxa.
- Putz, clássico é bucha. Coluna do meio!
- Paysandu e Figueira, Figueira?
- Acho que rola um mexe...
- Não me interessa esse jogo!
- Bom.
- Timão versus Tio Jejão?
- Corínthians. Não é preciso metereologista para saber para que lado sopra o vento.
- Inter e Flu?
- Bem mexidinho, dá Flu!
- Mas eu quero que tu faça Santos e Paysandu. Faz mexe para o Paysandu vencer. Aposto minha casa e minha frota nessa partida!
- Porra, cara, tá me tirando? Eu sou um reles e honesto pai de santo, não sou juiz de futebol!

Thursday, September 22, 2005

Trocadilhos, anagramas & outras imbecilidades

"Se todo o doleiro fosse impedido de causar dolo à nação isto seria uma lufada de ética na política."

Monday, September 19, 2005

Extra!


Juiz com chip pode ajudar futebol
Instituto alemão revoluciona o esporte bretão para corrigir erros de arbitragem

Marcelo Xavier/Especial para o PATO MACHO

A roubalheira dentro das quatro linhas pode estar chegando ao fim. Cientistas do Lili Marlene Institute, na Alemanha, desenvolveram um chip que pode ser implantado na cabeça do um árbitro através da fossa nasal. O revolucionário aparelho, fruto de profundas pesquisas, pode regular os neurônios deficientes do cérebro de um juiz de futebol, a ponto de fazê-lo enxergar a posição exata de um jogador na linha do impedimento, observar a posição correta de onde ocorreu determinada falta e, desse modo, esclarecer no ato dúvidas sobre impedimentos, reversão de faltas, expulsões injustas e, principalmente, gols discutíveis.

De acordo com o Instituto, os dados de campo são coletados por antenas posicionadas em volta do gramado e analisados por uma central de computação. Em seguida, eles são transmitidos para aparelhos portáteis, direto para o sistema nervoso do árbitro larápio, descondicionando o seu índice de incompetência e falta de visão objetiva.

A invenção, dizem os cientistas do Lili Marlene, o equipamento será útil também para os técnicos, que podem controlar toda a movimentação dos jogadores e o quociente de envaretamento de certos treinadores brasileiros, como Muricy Ramalho, Leão e Abelão, entre outros. Ao mesmo tempo, além de colaborar com o andamento das partidas, os espectadores também terão acesso à informações sobre a velocidade dos chutes. Dessa forma, o chip, se aprovado, pode erradicar a figura mítica do juiz ladrão, que sempre acaba tendo que sair de estádio escoltado pela Polícia, como se fosse um deputado de CPI. Também vai extinguir a figura do chamado cartola do tipo ‘chorão’, que gosta de mandar vídeo com gravações de erros da arbitragem para federações ou vive pedindo a cabeça de árbitros e, se queixando de ridículas teorias conspiratórias contra o seu respectivo clube, como o Juvenal Juvêncio , vice de futebol do São Paulo, por exemplo.

A FIFA vai testar um juiz com chip na cabeça no dia 26 de fevereiro. Se tudo correr bem, a Federação Gaúcha de Futebol adotará a tecnologia no próximo Gauchão em Carlos Eugênio Simon. Ao ser procurado por nossa reportagem, ele não quis declarar nada.

Friday, September 02, 2005

O Homem da Mala Preta

O seu time já perdeu ou ganhou alguma partida de futebol, de maneira estranha ou surpreendente? O goleiro adversário foi substituído no intervalo do jogo? O artilheiro do seu clube foi caçado impiedosamente a pauladas, naquele jogo decisivo? O time aquele que iria te rebaixar na última rodada caminhou em campo, e tomou uma goleada do seu famélico time? Pois deu no Correio: o empresário Roberto Tibúrcio denunciou, em entrevista à Rádio Itatiaia, de MG, a prática de 'mala preta' por parte da diretoria do Atlético Mineiro no Campeonato Brasileiro do ano passado. Tibúrcio, procurador do atacante Quirino, disse que foi o operador do pagamento de 'incentivo' financeiro para atletas de Cruzeiro, Corinthians, Coritiba e Ponte Preta, que na penúltima e última rodada da competição enfrentariam adversários diretos do Galo na luta contra o rebaixamento. Tibúrcio garante que tem como provar a mala preta, porque usou cheques pessoais e transferências eletrônicas de depósitos. O empresário fez a denúncia logo após a direção do clube negar o envio de documentos para a transferência de Quirino para o Real Sociedad.


O homem da Mala Preta é um tabu no futebol: todos dizem que isso não "ecziste", mas a verdade é que ecziste. Aliás, não existe nada mais brasileiramente endêmico do que prevaricação: basta dar uma olhada nos jornais e revistas. O curioso é que a matéria de esportes acabou absorvendo até mesmo o jargão da Política. Assim, o tal empresário é "operador" do incentivo financeiro.


Existem várias histórias envolvendo o homem da mala preta e o futebol. Basta lembrar do célebre caso do suposto "engavetamento;" do lateral-direito do Inter, Édison Madureira, às vésperas de um Gre-Nal, em 1970. Isso na época em que a paranóia sobre a prática de mala preta chegava às raias do absurdo. Depois do jogo, descobriu-se que a história teria sido criada no Olímpico. Falando em Grêmio, também virou lenda urbana um episódio envolvendo o ex-técnico tricolor, Adílson Batista, havia suposta e involuntariamente revelado, em 19 de novembro de 2003, todo o esquema de mala preta envolvendo Grêmio e Criciúma, no Bar do Kabrito, na zona da rótula da Nilo Peçanha. Na companhia de seu auxiliar técnico e do vice de futebol do clube, o treinador assistia ao empate da Seleção com o Uruguai por 3 a 3. Pediram massa com perdiz e chope. Cinco colorados ocupavam uma mesa da calçada desde o final da tarde. Quando deixou o bar, encontrou o que previa.

- Vocês tentaram comprar o Criciúma, agora vai ser uma guerra... - um deles desafiou o técnico.

- Mandamos a mala preta para lá - insistiram os torcedores do Inter.

Adilson apenas riu:

- Vamos ganhar de qualquer jeito. Vocês não sabem de nada, o Criciúma já está no papo.

- Duvido, quer apostar que vocês perdem mais uma? - continuaram os torcedores.

A conversa foi gravada, saiu em reportagem do jornal Zero Hora, mas mesmo a despeito de Adílson ter acertado as suas previsões, ela virou lenda, assim como o não menos famoso Paysandu e Inter, na última rodada da primeira fase do Brasileiro de 2002. Em Belém, há setorista que prove em "off" detalhes escabrosos sobre os desmandos do homem da mala preta na capital paraense, num jogo muito estranho, onde o goleiro titular foi substituído no intervalo, e o clube visitante então pôde fazer a festa, escapando do rebaixamento. Tanto esse jogo quanto o Criciúma e Grêmio ficaram no suspense, e hoje rendem apenas alguma corneta de ocasião. Até porque, assim como no caso do famigerado mensalão do nosso laborioso Congresso Nacional, não "eczistem" provas. E fica o dito pelo não dito. Não houve mala preta, dizem os cartolas. Mas, e o fulano, que tomou aquele gol impossível? E aquele volante que caminhou em campo? E aquela misteriosa contusão no centroavante daquele time? O torcedor não esquece...

A diferença entre esses supostos casos de "mala preta" no futebol e este caso envolvendo um empresário e o Atlético Mineiro é que aqueles quase nunca transcendem a esfera do "suposto esquema" (como o mensalão!), enquanto o presente caso tem nome e sobrenome: O STJD vai requisitar a fita com a entrevista concedida pelo empresário. O clube mineiro pode ser enquadrado em artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva que trata de corrupção, concussão e prevaricação.